Colibri abelha

Mellisuga helenae

Este é o colibri mais pequeno do mundo, com apenas 6,4 cm de comprimento e 2,5 g de peso. Esta pequena jóia voadora está incluída na lista de aves ameaçadas de extinção, principalmente devido à perda de habitat. 

No fim do século XIX, centenas de milhar de colibris foram mortos pela sua plumagem, utilizada no fabrico de chapéus de senhora. Numa única semana foram vendidos, em 1888, mais de 400000 colibris no mercado de Londres, à industria chapeleira. 

Por este e outros motivos, os peritos actuais consideram que muitas espécies de colibris se terão extinguido antes de serem descritas e identificadas. Actualmente, a captura e comércio de colibris é proibida em numerosos países do mundo. 

Em tempos, o colibri abelha viveu em todos os bosques da ilha de Cuba mas actualmente está restrito à península de Guanahacabibes, Cuchillas del Toa e Ciénaga de Zapata, onde é conhecido pela designação de "jóia da Ciénaga". 

A primeira referência a esta ave é feita em 1844 pelo naturalista alemão, radicado em Cuba, Gunlach. Este cientista chamou à ave "pássaro mosca" devido ao seu reduzido tamanho e zumbido característico do seu voo. Ainda hoje, na sua ilha natal de Cuba, esta ave é popularmente conhecida por "zunzuncito".

A plumagem do macho reprodutor é, tal como geralmente acontece nos colibris, de um colorido brilhante, com o dorso de um azul esverdeado iridiscente e acinzentado ventralmente. A cabeça e a garganta são rosa ou vermelho iridiscente. A cauda é curta e arredondada, sempre azul. Fora da época reprodutora os machos são um pouco mais discretos, tornando-os semelhantes às fêmeas.

Durante o dia, voa sem cessar, batendo as asas 75 vezes por segundo, com uma capacidade de manobra espantosa: pode voar para a frente ou para trás, para cima ou para baixo e mesmo para os lados. 

Devido a este voo tão activo, as necessidades energéticas destas aves são muito elevadas, o que os leva a alimentar-se de néctar (e tornar-se importantes agentes polinizadores para essas flores). 

O tipo de flor condiciona o comprimento e forma do seu bico. Dado que o néctar tem baixo conteúdo proteico, complementam a sua dieta com pequenos insectos. Como as abelhas, os colibris são capazes de avaliar o conteúdo em açúcar no néctar de que se alimentam, preferindo os que têm cerca de 25%. 

Ao contrário do que geralmente se pensa, os colibris não passam o dia todo a voar, pois o custo energético seria proibitivo. Na realidade, passam a maior parte do tempo pousados e observando o que os rodeia. Alimentam-se em numerosas pequenas doses, consumindo o seu próprio peso em néctar e insectos por dia. Em média passam 10-15% do tempo a alimentar-se e 75-80% pousados, digerindo e observando. A obtenção desta quantidade de alimento requer muito trabalho: estudos revelaram que um colibri faz em média 42 viagens de alimentação no espaço de 6 horas, visitando um total de 1300 flores. 

Os colibris têm uma temperatura corporal média de cerca de 40ºC, que seria caro (do ponto de vista metabólico) manter. Assim, estas aves contornam o problema baixando a temperatura corporal à noite, entrando num estado de torpor, tanto mais intenso quanto menos a ave tiver obtido em alimento ao anoitecer.

A reprodução é iniciada com rituais bastante simples, em que o macho executa rápidos voos em frente da fêmea, exibindo as suas cores brilhantes. Após o acasalamento, a fêmea constrói o ninho sozinha, com musgo, líquenes e teias de aranha. O pequeno ninho em forma de taça pode ser suspenso de uma folha ou de um ramo, caso em que necessita de um contrapeso para se manter horizontal. 

A fêmea coloca 2 ovos brancos, com 0,35 g de peso e apenas um centímetro de comprimento, e incuba-os sozinha, nascendo os juvenis após 2 semanas. Os juvenis são totalmente dependentes da progenitora pois nascem sem penas. A fêmea alimenta-os com alimento regurgitado até terem cerca de 3 semanas, quando abandonam o ninho. 

Os colibris são aves agressivas na defesa do seu território, mesmo fora da época reprodutora, precisamente devido às suas elevadas necessidades calóricas. Na defesa de uma boa flor, um colibri abelha enfrenta aves muito maiores, geralmente levando a melhor com a sua extraordinária capacidade de manobra, muito superior à de outras aves.

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