Desenvolvimento embrionário no Homem |
O desenvolvimento humano
inicia-se com a fecundação, a união de um espermatozóide com um
ovócito para formar o zigoto. Esta primeira célula do novo ser humano é
pouco menor que um ponto final mas já contém toda a informação
necessária ao desenvolvimento de um novo ser.
Embora o desenvolvimento se inicie na fecundação, os estádios e duração da gestação descritos pela medicina são calculados a partir da última menstruação da mãe (UPMN), o que determina a idade gestacional. Os embriologistas preferem calcular esta idade a partir da ovulação, também conhecida por idade de concepção. |
Fecundação |
Espermatozóides recém-ejaculados são incapazes de fecundar os ovócitos secundários. É necessário que sofram um processo de activação conhecido por capacitação, durante o qual glicoproteínas são removidas da superfície do acrossoma. Após a capacitação, os espermatozóides não apresentam alterações morfológicas mas são mais activos e conseguem penetrar na corona radiata e na zona pelúcida que protegem o ovócito. O processo de capacitação acontece geralmente no útero e trompas de Falópio, com a ajuda de secreções produzidas por estas vias genitais femininas. Quando os espermatozóides capacitados entram em contacto com a corona radiata, sofrem a chamada reacção acrossómica, associada à libertação de enzimas. A fertilização é uma sequência de acontecimentos, iniciada com o contacto de um espermatozóide com o ovócito secundário e termina com a fusão dos núcleos dos gâmetas e consequente mistura do DNA materno e paterno. O espermatozóide atravessa a corona radiata, formada pelas células foliculares, cuja dispersão resulta essencialmente da acção de enzimas como a hialuronidase, libertadas do acrossoma do espermatozóide. Seguidamente, o espermatozóide penetra na zona pelúcida pelo caminho aberto pelas enzimas, entrando finalmente em contacto com a superfície do ovócito. Daí resulta a fusão das membranas celulares. O ovócito reage ao contacto com o espermatozóide de duas maneiras:
Os pronúcleos masculino e feminino aproximam-se, perdem suas membranas e fundem-se, originando o zigoto. |
Primeiras divisões do zigoto - segmentação |
A clivagem do zigoto consiste
em repetidas divisões do zigoto. A divisão mitótica do zigoto em duas células-filhas
chamadas blastómeros, começa poucos dias depois da fertilização. Por volta do terceiro dia, uma bola sólida de dezasseis ou mais blastómeros designa-se mórula. Quando esta bola de células atinge o útero, divide-se em duas zonas:
No quarto dia os espaços repletos de líquido entre as células fundem-se para formar um único e grande espaço conhecido como cavidade blastocística, o que converte a mórula em um blastocisto. Ao quinto dia a zona pelúcida degenera e desaparece, enquanto o blastocisto se prende ao endométrio por volta do sexto dia. No final da primeira semana o blastocisto está implantado no endométrio, recebendo dele e do sangue materno nutrição. Ao oitavo dia surge o saco vitelino. Por volta do décimo dia são visíveis espaços isolados no interior da mesoderme extra-embrionária, espaços esses que se fundem rapidamente para formar grandes cavidades isoladas de celoma extra-embrionário. Com a formação do celoma
extra-embrionário, o saco vitelino primitivo diminui de tamanho
resultando num saco vitelino secundário menor e ao décimo segundo dia o
sangue materno infiltra-se nas redes lacunares e estabelece uma circulação
útero-placentário primitiva. Enquanto a cavidade amniótica aumenta,
forma-se uma membrana fina, o âmnio.
No décimo quarto dia forma-se a mesoderme somática extra-embrionária e as duas camadas de trofoblasto que constituem o córion. Surgem também as vilosidades coriónicas primárias. Surge também um espessamento no hipoblasto, a placa neural, futura região craniana do embrião e origem da boca, ou seja, o organizador da cabeça. |
Temas relacionados: |
Sistema reprodutor masculino Sistema reprodutor feminino Regulação do sistema reprodutor |