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Sub-reino Eumetazoa |
Neste
sub-reino podemos encontrar os “verdadeiros” animais, que já apresentam,
pelo menos, diferenciação tecidular. Deste
sub-reino fazem parte dois ramos, diferenciados essencialmente pelo tipo de
simetria (directamente relacionado com o modo de vida): Organismos
com simetria radiada, diploblásticos acelomados, protostómios, embora com
diferenciação tecidular. Não apresentam órgãos ou sistemas de órgãos.
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Ramo Radiata |
Neste
ramo estão incluídos dois filos antes englobados na antiga categoria dos
Celenterados: Cnidaria e Ctenophora. Estes últimos são muito semelhantes aos
cnidários pois também apresentam duas camadas de células (que formam tecidos
verdadeiros) separadas por uma mesogleia, bem como uma cavidade digestiva, ou
gastrovascular, o único espaço interno. Esta combinação de características
é única nos invertebrados. No
entanto, existem características suficientes para separar estes dois grupos em
filos diferentes, pois os ctenóforos não apresentam cnidócitos (excepto uma
espécie), têm fileiras de placas ciliadas, poros anais e um complexo órgão
dos sentidos, todos ausentes nos cnidários.
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Ramo Bilateria |
A
árvore filogenética que já foi referida para os animais de vida activa
implica a existência de um ancestral comum a todos mas não nos dá uma ideia
do seu aspecto. Esse ancestral é designado pelos biólogos urbilatério e a sua
natureza foi inferida a partir de dados genéticos, de desenvolvimento e de
estrutura de animais actuais. Uma
pista surge da presença de genes reguladores do desenvolvimento embrionário,
designados genes homeobox, presentes em formas homólogas nos protostómios e nos
deuterostómios. A semelhança das funções torna muito pouco provável que
estes genes tenham evoluído de forma independente nas diversas linhagens de
animais actuais. Evidência
de que os urbilatérios seriam animais relativamente complexos são os vestígios
fossilizados das suas deslocações. Esses rastos apresentam padrões complexos,
indicando que já no Pré-Câmbrico estes animais deveriam ter um sistema
circulatório, sistemas de músculos antagonistícos e mesmo uma cavidade
corporal. Alguns dos seus descendentes perderam, posteriormente, algumas destas
características mas mantêm a assinatura do seu passado nos genes. Outra
grande separação das linhagens evolutivas dos animais ocorreu de seguida,
fazendo surgir dois grupos que têm vindo a evoluir separadamente desde o Câmbrico:
os protostómios e os deuterostómios. Estes
dois grandes grupos de animais dominam o reino actualmente, apresentando
simetria bilateral e cefalização clara. Como os seus esqueletos e cavidades
corporais são mais complexos que os dos animais até agora discutidos, são
capazes de movimentos mais elaborados. No
seu conjunto, os protostómios são caracterizados por um S.N.C. composto por um
cérebro anterior que rodeia a entrada para o sistema digestivo, um sistema
nervoso ventral com cordões nervosos longitudinais (pares ou fundidos num único)
e uma larva flutuante que se alimenta com a ajuda de cílios complexos. Já os
deuterostómios apresentam como características derivadas um sistema nervoso
dorsal e uma larva que se alimenta através de cílios simples. A
grande maioria dos animais actuais são protostómios, logo a enorme diversidade
de formas corporais e de modos de vida levantou sérias dificuldades ao estudo
da sua filogenia. No entanto, dados estruturais, de desenvolvimento e
moleculares permitem considerar dois grandes grupos de protostómios: os
lofotrocozoários e os ecdisozoários. Os lofotrocozoários crescem aumentando o seu esqueleto, utilizam cílios para a locomoção e muitos apresentam uma larva trocófora. Pelo contrário, os ecdisozoários aumentam de tamanho mudando o seu esqueleto externo, deslocam-se por acção de músculos e partilham um conjunto comum do genes homeobox. |
Grau Acoelomata |
Animais
triploblásticos maciços, sem cavidade celómica. A presença do terceiro
folheto germinativo permite o desenvolvimento de sistemas de órgãos, tanto
neste grau como nos subsequentes.
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Grau Pseudocoelomata |
Excepto
os platelmintes e alguns outros animais menos conhecidos, todos os animais
apresentam algum tipo de cavidade do corpo preenchida com líquido na fase
adulta, apesar de esta cavidade ser muito reduzida em alguns filos. Uma
destas cavidades é o pseudoceloma, presente em numerosos filos, embora apenas
se vá referir o filo Nematoda. A maioria destes filos inclui um reduzido número
de espécies (excepto precisamente o Nematoda), com organismos de tamanho
reduzido e por vezes pouco relacionados filogeneticamente.
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Grau Coelomata |
Os
animais mais primitivos, tanto os diploblásticos como os triploblásticos,
apenas apresentavam uma cavidade corporal, o intestino. Esta situação levava a
restrições de tamanho e na locomoção, pois o aumento de tamanho necessitaria
de um maior volume de citoplasma vivo para alimentar e causaria um acréscimo de
peso importante. Com
todas estas condicionantes, ainda há que salientar que a pressão sobre os órgãos
internos durante o movimento impede a circulação eficiente. Assim, havia que
desenvolver uma outra cavidade corporal, o celoma,
que se tornaria um dos principais pontos de viragem da evolução animal. As
vantagens do celoma incluem:
Devido
à importância do celoma, todos os animais triploblásticos que surgem após os
Platyhelminthes, apresentam uma forma de cavidade secundária no corpo. A
origem embrionária do celoma não é sempre a mesma e os taxonomistas dão-lhe
grande importância como forma de avaliar a proximidade evolutiva entre os
diversos grupos de animais. Também neste caso, são considerados dois grandes
grupos de animais celomados:
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Subgrau Schizocoela |
Nestes
animais, a cavidade celómica
forma-se no interior de mesoderme com origem em células que surgem junto ao
blastóporo, a partir da endoderme. Estes
animais esquizocélicos são igualmente protostómios, ou seja, a boca
definitiva forma-se directamente da boca embrionária ou blastóporo, enquanto o
ânus se abre numa extremidade oposta do tubo digestivo.
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Subgrau Enterocoela |
Em
muitos animais celomados a boca embrionária origina o ânus, formando-se a boca
definitiva a partir de uma abertura secundária que se abre na extremidade
oposta do tubo digestivo do embrião – deuterostomia. Estes
animais apresentam outras diferenças embrionárias relativamente aos protostómios,
nomeadamente o modo como se processam as divisões iniciais do zigoto e a formação
do próprio celoma. O celoma neste caso é enterocélico, ou seja, forma-se a
partir de duas evaginações dorsais do arquêntero.
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Temas relacionados: |
Sub-reino Parazoa Filo Cnidaria Filo Platyhelminthes Filo Nematoda Filo Mollusca Filo Annelida Filo Arthropoda Filo Echinodermata Filo Chordata |