Filo Phaeophyta |
São especialmente abundantes em costas rochosas temperadas ou frias. Algumas, como o sargaço, formam extensas massas flutuantes ao largo da costa, mas a grande maioria está firmemente fixa às rochas da costa por uma estrutura especializada conhecida por pé. Apresentam
clorofila a e c
e o pigmento carotenóide fucoxantina (amarelo-acastanhado),
o que lhes dá a cor porque são conhecidas. Ao contrário das células vegetais
habituais, apresentam centríolos, como as células animais. A
substância de reserva nunca é o amido mas a laminarina
ou o manitol. As algas castanhas de maior porte apresentam diferenciação tecidular, ainda que incipiente, sendo o corpo dividido em pé de fixação ao substrato, um estipe ou eixo principal do corpo, lembrando vagamente um caule, e lâminas fotossintéticas. A
diferenciação atinge os tecidos, principalmente nas algas de maior dimensão
como o kelp. Nestas algas, apenas as extremidades terminais das lâminas são
fotossintéticas, pois o restante corpo pode estar a vários metros da superfície,
e existem células especializadas no transporte de nutrientes nas chamadas
nervuras do talo. Estas células têm extremidades alargadas, pelo que são
conhecidas por células
trombeta. As
algas de vida fixa podem apresentar pequenas vesículas de ar, designadas aerocistos,
que as ajudam a levantar as lâminas para a superfície, quando submersas. Os
aerocistos estão frequentemente cheios de monóxido de carbono em percentagem tão
elevada como 5%, suficiente para matar uma pessoa, mas as razões para esse
facto não são conhecidas. Apresentam
parede celular contendo até 25% de um glícido gomoso e viscoso designado ácido
algínico. Este polímero glicídico cimenta as
células umas às outras e ajuda na sua fixação ao substrato, para além de
reter humidade durante os períodos em que as algas estão expostas na maré
baixa. A industria alimentar retira delas a algina,
usada como emulsionante em doçaria (gelados e cremes), cosmética e outros
produtos industriais. A bodelha, apresentando todas estas características, é uma alga muito bem adaptada à vida intertidal. Esta alga, com a sua coloração característica de um verde-acastanhado, e o seu corpo formado por talos achatados, com aspecto de cabedal, e de ramificação dicotómica, é facilmente reconhecível. A diversidade de modos de reprodução das algas castanhas é elevada, havendo organismos com ciclos de vida haplodiplontes, isomórficos - as entidades esporófito e gametófito são aparentemente iguais, só se distinguindo no número de cromossomas - ou heteromórficos – esporófito e gametófito têm aspecto e/ou tamanho diferente -, ou diplontes (como no caso de alguns dos maiores exemplares, kelp e laminária, por exemplo). No
caso da bodelha, a planta geralmente observada corresponde
ao esporófito, enquanto que a geração gametófita se encontra reduzida a uma
única célula. Nos talos da bodelha, por altura da reprodução sexuada, notam-se os conceptáculos, cavidades na extremidade dos talos, onde se vão formar os anterozóides e as oosferas, através de meiose das células diplóides do corpo. Essas células tomam o nome de oogónios (femininas) e anterídeos(masculinas).
Ambos
os gâmetas são libertados para a água e o anterozóide flagelado nada ao
encontro da oosfera, que fecunda. Por
este motivo considera-se que existe anisogamia,
os gâmetas são morfologicamente diferentes mas ambos são libertados dos
gametângios.
Após
a fecundação, o zigoto forma uma parede com propriedades adesivas e afunda-se,
fixando-se a rochas ou outros substratos rígidos. A
diferenciação em pé e talo, dá-se por influência de factores ambientais,
nomeadamente a luz. As algas castanhas servem de alimento e de habitat a numerosos organismos marinhos, sendo parte fundamental das chamadas florestas submarinas. |
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Temas relacionados: |
Protista Protozoa Rhodophyta Chlorophyta Myxomycota Chrysophyta Pyrrhophyta Euglenophyta Classificação Células Monera Fungi Plantae Animalia |
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