Filo Phaeophyta

A este filo pertencem as algas castanhas (gr. Phaios = castanho), como a bodelha, o sargaço ou a laminária. Todas marinhas e multicelulares, estas algas podem atingir grandes dimensões, pertencendo, por esse motivo, a esta divisão os maiores organismos do reino Protista. O género Macrocystis, vulgarmente conhecidas por kelp, pode atingir os 60 metros de comprimento. 

São especialmente abundantes em costas rochosas temperadas ou frias. Algumas, como o sargaço, formam extensas massas flutuantes ao largo da costa, mas a grande maioria está firmemente fixa às rochas da costa por uma estrutura especializada conhecida por pé.

Apresentam clorofila a e c e o pigmento carotenóide fucoxantina (amarelo-acastanhado), o que lhes dá a cor porque são conhecidas. Ao contrário das células vegetais habituais, apresentam centríolos, como as células animais.

A substância de reserva nunca é o amido mas a laminarina ou o manitol.

As algas castanhas de maior porte apresentam diferenciação tecidular, ainda que incipiente, sendo o corpo dividido em pé de fixação ao substrato, um estipe ou eixo principal do corpo, lembrando vagamente um caule, e lâminas fotossintéticas

A diferenciação atinge os tecidos, principalmente nas algas de maior dimensão como o kelp. Nestas algas, apenas as extremidades terminais das lâminas são fotossintéticas, pois o restante corpo pode estar a vários metros da superfície, e existem células especializadas no transporte de nutrientes nas chamadas nervuras do talo. Estas células têm extremidades alargadas, pelo que são conhecidas por células trombeta.

As algas de vida fixa podem apresentar pequenas vesículas de ar, designadas aerocistos, que as ajudam a levantar as lâminas para a superfície, quando submersas. Os aerocistos estão frequentemente cheios de monóxido de carbono em percentagem tão elevada como 5%, suficiente para matar uma pessoa, mas as razões para esse facto não são conhecidas.

Apresentam parede celular contendo até 25% de um glícido gomoso e viscoso designado ácido algínico. Este polímero glicídico cimenta as células umas às outras e ajuda na sua fixação ao substrato, para além de reter humidade durante os períodos em que as algas estão expostas na maré baixa. A industria alimentar retira delas a algina, usada como emulsionante em doçaria (gelados e cremes), cosmética e outros produtos industriais.

A bodelha, apresentando todas estas características, é uma alga muito bem adaptada à vida intertidal. Esta alga, com a sua coloração característica de um verde-acastanhado, e o seu corpo formado por talos achatados, com aspecto de cabedal, e de ramificação dicotómica, é facilmente reconhecível.

A diversidade de modos de reprodução das algas castanhas é elevada, havendo organismos com ciclos de vida haplodiplontes, isomórficos - as entidades esporófito e gametófito são aparentemente iguais, só se distinguindo no número de cromossomas - ou heteromórficos – esporófito e gametófito têm aspecto e/ou tamanho diferente -, ou diplontes (como no caso de alguns dos maiores exemplares, kelp e laminária, por exemplo).

No caso da bodelha, a planta geralmente observada corresponde ao esporófito, enquanto que a geração gametófita se encontra reduzida a uma única célula.

Nos talos da bodelha, por altura da reprodução sexuada, notam-se os conceptáculos, cavidades na extremidade dos talos, onde se vão formar os anterozóides e as oosferas, através de meiose das células diplóides do corpo. Essas células tomam o nome de oogónios (femininas) e anterídeos(masculinas).

Conceptáculos masculinos contendo anterídeos Conceptáculos femininos contendo oogónios

Ambos os gâmetas são libertados para a água e o anterozóide flagelado nada ao encontro da oosfera, que fecunda. Por este motivo considera-se que existe anisogamia, os gâmetas são morfologicamente diferentes mas ambos são libertados dos gametângios.

Após a fecundação, o zigoto forma uma parede com propriedades adesivas e afunda-se, fixando-se a rochas ou outros substratos rígidos. A diferenciação em pé e talo, dá-se por influência de factores ambientais, nomeadamente a luz. 

As algas castanhas servem de alimento e de habitat a numerosos organismos marinhos, sendo parte fundamental das chamadas florestas submarinas.                                                                                        TOPO

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