Classe Filicinae |
A
esta classe pertencem os fetos e avencas, que apresentam uma mistura característica
de aspectos de plantas vasculares primitivas e mais evoluídas. Os fetos são plantas vasculares (com vasos condutores de água e açúcares), as primeiras a apresentar verdadeiras folhas, o que os torna muito melhor adaptados á vida em meio terrestre que as plantas anteriormente referidas. Por este motivo, apesar de preferirem ambientes húmidos e sombrios, para os quais estão particularmente bem adaptados, conseguem sobreviver em zonas áridas. No entanto, nessas condições apenas se reproduzem sexuadamente na época das chuvas.
Os fetos e as avencas apresentam um rizoma, que produz novas folhas todos os anos. As folhas, ou frondes, são megáfilos equipados com uma vasta rede vascular e representam a parte mais notável do esporófito. A fronde é geralmente composta, ou seja, dividida em folíolos, pínulas ou pinas, presas na raque, uma extensão do pecíolo. A sua elevada razão
área/volume permite-lhes captar luz muito eficientemente em zonas sombrias, que
são geralmente o seu habitat. As
folhas jovens são enroladas – báculos
– devido ao crescimento maior da página inferior da folha. Este tipo de
desenvolvimento das folhas protege o delicado meristema apical e impede a perda
excessiva de água por evaporação. Além
da reprodução assexuada através do rizoma, os fetos reproduzem-se
sexuadamente.
A
reprodução sexuada inicia-se com a
formação dos esporângios. Estes localizam-se na página
inferior das frondes, em folhas especializadas que tomam a designação de esporófilos, em agrupamentos
designados soros.
Os esporângios apresentam um aspecto de caixa achatada com uma zona listrada, parecendo uma lagarta ou uma pequena caixa. Esse aspecto peculiar resulta de uma fila de células com parede celular muito espessada apenas em três lados. Essas células apresentam-se cheias de água mas quando o esporângio amadurece, a evaporação dessa água aproxima as paredes das células, devido à retracção dos seus citoplasmas. Este facto provoca a ruptura do esporângio em linhas de fractura previamente definidas, ficando os esporos na zona superior em forma de taça. No entanto, esta posição forçada em que as células se encontram não pode ser mantida muito tempo, havendo um brusco libertar de tensão, que provoca o regresso das paredes celulares à sua posição inicial e catapulta os esporos maduros. Os
esporos, tal como nos musgos são todos iguais, logo considera-se que existe isosporia. Os gametângios, semelhantes em estrutura aos produzidos pelos musgos, vão formar-se, também, na superfície ventral do protalo, os anterídeos entre os rizóides e os arquegónios junto ao entalhe anterior do “coração”. No
interior dos anterídeos vão formar-se os anterozóides
flagelados e no interior dos arquegónios, na zona dilatada basal, uma única oosfera
grande e imóvel. Tal como foi referido para os musgos, gâmetas
morfologicamente diferentes e em que a oosfera se encontra encerrada no gametângio
feminino representam uma situação de oogamia. Após a fecundação o esporófito jovem é alimentado pelo protalo fotossintético, mas rapidamente se torna independente, originando um novo feto.
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Temas relacionados: |
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