Gnu negro

Connochaetes gnou

Originalmente, o gnu negro, também conhecido por gnu de cauda branca, tinha uma ampla área de distribuição na zona sul do continente mas a caça intensiva pela sua pele, no século XIX, ficaram reduzidos a pequenas zonas de caça particulares na África do Sul.

O gnu negro apresenta uma pelagem densa, castanha escura ou negra, sendo os machos mais escuros que as fêmeas. Ambos os sexos se tornam mais claros no Verão, enquanto no Inverno a pelagem se torna mais espessa. 

Tal como o seu parente, o gnu comum Connochaetes taurinus, o gnu negro tem uma característica e espessa "barba" e crina. No entanto, no caso do gnu negro, a crina é erecta ao longo do pescoço e tem uma coloração branca ou creme, com as pontas negras. 

A "barba" é também negra, cobrindo apenas a mandíbula inferior. Sobre a zona do nariz tem outra mancha de pêlo longo e negro. Uma outra zona de pelagem longa e negra, que não existe no gnu comum, existe entre os membros anteriores, cobrindo o peito. 

Os chifres curvam para baixo, para a frente e para cima, como ganchos e têm cerca de 78 cm de comprimento, em forma de forquilha. Existem em ambos os sexos, embora sejam ligeiramente mais finos e curtos nas fêmeas. A base dos chifres é alargada e achatada, formando um escudo protector do crânio. 

Os quartos dianteiros são mais desenvolvidos que os posteriores, originando uma espécie de corcunda pronunciada. A cauda é semelhante à dos cavalos, com pêlos longos e brancos, que quase atingem o chão. Existem glândulas de cheiro, junto aos olhos e nas patas anteriores. 

Dado que parte do seu habitat se estende para zonas áridas do sul de África, os gnus negros não necessitam de beber todos os dias, retirando humidade das folhas dos arbustos e erva de que se alimentam.

São mais activos ao amanhecer e ao entardecer, descansando durante o dia, embora, ao contrário dos que outros herbívoros fazem, não busquem qualquer tipo de sombra ou abrigo.

Quando foi selvagem, o gnu negro era um animal de migração em manada, como o seu primo comum. O gnu negro nunca foi estudado no seu habitat natural, em interacção com os seus predadores naturais, mas parece ser mais agressivo que o gnu selvagem, tendo já atacado e morto tratadores, em cativeiro. 

A maior manada existente conta cerca de 330 animais e encontra-se na reserva de caça Willem Pretorius, no estado livre de Orange. A manada típica tem uma organização hierárquica e percorre um território com cerca de 100 ha, dependendo da disponibilidade de alimento. 

Existem 3 tipos de unidades sociais nos gnus negros: manadas de fêmeas e suas crias (com menos de 1 ano), manadas de machos solteiros e machos dominantes, com mais de 4 anos de idade, que mantêm um território. As manadas de fêmeas estão muito ligadas a uma zona, enquanto as manadas de solteiros se deslocam muito, pois ocupam zonas marginais, com menos alimento.

Os machos estabelecem dominância através dos tradicionais combates com choque frontal, típicos dos bovídeos. A hierarquia feminina, pelo contrário, é mantida à custa de meros abanões de cabeça e vénias. A distinta cauda branca é usada em quase todas as interacções entre os animais, anunciando desde domínio a submissão, bem como de sinal sonoro, já que o seu abanar vigoroso provoca um som que pode ser ouvido a 500 metros de distância. 

Os machos territoriais acasalam em qualquer altura, tendo a capacidade de bramir mais fortemente (um som descrito como algo semelhante a "ge-nu", a origem do seu nome) e chegando a espumar da boca de excitação. Durante o período de acasalamento, o macho não come, nem descansa, enquanto existirem fêmeas no seu território. 

Os rituais de acasalamento são reduzidos, com os machos a reunir as fêmeas com o pescoço esticado e testando a sua disponibilidade através do reflexo de Flehmen. As fêmeas assinalam a sua receptividade agitando a cauda branca levantada, à aproximação do macho. Cada fêmea irá acasalar dezenas de vezes com o macho, frequentemente 2 ou 3 vezes num minuto. 

As fêmeas dão à luz a sua única cria quase simultaneamente por toda a manada, o que diminui a possibilidade de os predadores matarem todas. A gestação dura cerca de 8 meses. A cria é castanha clara, distinguindo-se facilmente dos adultos.

Após o parto, a cria consegue ficar de pé e seguir a progenitora em menos de 10 minutos, começando a pastar com a manada ao fim de um mês, embora ainda mame. O desmame completo ocorre aos 4 meses e a maturidade é atingida aos 2,5 anos nas fêmeas e 3 anos nos machos. 

No entanto, o jovem macho permanece com a mãe até ao nascimento da cria seguinte, sendo eventualmente expulso pelo machos adulto. Durante este processo, os jovens são separados da progenitora e formam manadas de solteiros, toleradas pelas fêmeas no período seco do ano.

Actualmente, como já foi referido, todos os gnus negros sobreviventes são descendentes de animais criados em cativeiro em jardins zoológicos ou reservas particulares. Todos os que vivem no seu habitat natural fazem parte de reservas de caça, onde pessoas pagam para os matar ...

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