Estrutura da raiz

A raiz apresenta crescimento primário, em alongamento, tanto em angiospérmicas dicotiledóneas herbáceas, como em monocotiledóneas. No entanto, o crescimento secundário geralmente apenas existe em gimnospérmicas e angiospérmicas dicotiledóneas lenhosas.

Nas monocotiledóneas, em que não existe uma raiz principal, a raiz que se forma no embrião é temporária, sendo rapidamente substituída por raízes adventícias formadas a partir do caule.

A estrutura primária da raiz resulta do seu crescimento primário e caracteriza-se pela existência de um estreito cilindro central, quando comparado com um córtex muito largo.

Corte transversal numa raiz de monocotiledónea (acima) e de uma dicotiledónea (abaixo)

 

A - xilema

B - floema

C - endoderme com bandas de Caspary

D - periciclo

Os tecidos que se podem encontrar num corte transversal de raiz primária são, de fora para dentro:

  • epiderme, geralmente com tricomas;

  • parênquima cortical, de reserva ou clorofilino em epífitas;

  • endoderme, última camada de células do córtex com espessamentos em U nas monocotiledóneas e pontuações de Caspary em dicotiledóneas;

  • periciclo, primeira camada de células da medula, com capacidade mitótica pois formam as raízes secundárias;

  • floema, tecido condutor de seiva elaborada;

  • xilema, tecido condutor de seiva bruta.

Os tecidos condutores organizam-se em feixes, neste caso ditos simples e alternos pois o xilema e o floema ficam alternados, em feixes separados por células parenquimatosas dos raios medulares.

O crescimento do xilema é feito radialmente em direcção ao centro, ou seja, crescimento centrípeto. O protoxilema (células iniciais do tecido) é, por esse motivo, centrífugo (mais externo).

Quando termina a diferenciação da estrutura primária da raiz, tem-se geralmente um número reduzido de feixes condutores nas dicotiledóneas (cerca de 4) e elevado nas monocotiledóneas (mais de 10).

Nas monocotiledóneas o centro da raiz - medula - é ocupado por parênquima medular, o que raramente acontece nas dicotiledóneas, que ocupam totalmente essa zona com o xilema.

A estrutura secundária da raiz resulta do desenvolvimento da estrutura primária com o surgimento dos meristemas secundários. O procâmbio (na parte interna ao floema) e o periciclo (na parte externa ao xilema) vão, em conjunto, originar o câmbio vascular. Por este motivo, inicialmente este meristema tem uma forma ondulada mas rapidamente toma uma forma circular, criando floema secundário para o seu exterior e xilema secundário para o seu interior.

Em geral forma-se muito mais xilema que floema numa época de crescimento (Primavera e início do Verão), o que torna o centro da estrutura progressivamente maior.

No fim do Verão e no Inverno o crescimento é menor pelo que os vasos xilémicos apresentam um diâmetro menor, formando um anel escuro. Na Primavera, com o aumento do diâmetro dos vasos, o anel formado é mais claro. Assim, somando um anel escuro e um claro obtém-se um ano de vida da planta.TOPO

Estrutura do caule

O caule apresenta uma diversidade de estruturas maior que as raízes, sendo necessário considerar as estruturas primárias e secundárias de dicotiledóneas e a estrutura característica das monocotiledóneas. 

Na estrutura geral de um caule pode notar-se que o córtex é mais estreito que na raiz e que a endoderme e o periciclo não se encontram diferenciados. Estes factos estão de acordo com a função das estruturas: o caule é mais uma estrutura de suporte e não de armazenamento, pelo que um córtex parenquimatoso não será necessário e a endoderme/periciclo servem de barreira à passagem de substâncias absorvidas, o que, novamente, não acontece a este nível.

O córtex do caule pode, no entanto, ser fotossintético, com células parenquimatosas dispostas soltamente. Pode igualmente armazenar água, como nos cactos, ou amido, uma situação menos comum.

É comum encontrar colênquima e esclerênquima, como tecidos de suporte.

Na estrutura primária do caule de uma dicotiledónea pode-se encontrar os seguintes tecidos, de fora para dentro:

  • epiderme;

  • parênquima cortical;

  • floema;

  • xilema.

O floema e o xilema estão dispostos em feixes duplos e colaterais, sendo o protoxilema centrípeto. Os feixes são sempre em numero reduzido, geralmente entre dois e 4.

Quando, nas dicotiledóneas, a estrutura se prepara para crescer em largura, surge o câmbio vascular entre o floema e o xilema, tornando os feixes abertos.

O caule das monocotiledóneas, que terá sempre uma estrutura primária devido à ausência de meristemas secundários, distingue-se por dois aspectos principais:

  • os feixes vasculares encontram-se dispersos e não organizados num cilindro central, não podendo ser encontrada uma delimitação nítida entre este e o córtex;

  • número elevado de feixes vasculares.

Com o envelhecimento do caule, forma-se na zona dos raios medulares o prolongamento do câmbio vascular, que já se encontrava entre o floema e o xilema. Deste modo, o meristema secundário vai formar um anel completo, originando floema secundário para fora e xilema secundário para dentro.

Caule secundário de uma dicotiledónea, mostrando uma lentícula

Entretanto, e em resposta à pressão devida ao crescimento da zona medular, diferencia-se na zona cortical o câmbio suberofelogénico. Este meristema secundário irá formar, para fora, súber e para dentro feloderme (parênquima secundário). Este conjunto toma o nome de periderme.

Esta enorme pressão de crescimento leva a que apenas exista um fino anel de floema, logo abaixo da periderme, enquanto os sucessivos anéis mortos de xilema (apenas os dois ou três últimos anéis transportam água) permanecem na medula.TOPO

Estrutura da folha

Em corte transversal, uma folha apresenta as seguintes zonas e tecidos:

Estrutura de uma folha de dicotiledónea
  • epiderme - existe sempre na folha uma epiderme superior e uma epiderme inferior, ambas com uma única camada de células, bem unidas entre si e sem cloroplastos. A epiderme está coberta por uma cutícula mais ou menos espessa e pode apresentar pêlos e estomas, geralmente mais espessos na página inferior em dicotiledóneas mas igualmente distribuídos em monocotiledóneas;

 

  • mesófilo - zona média da folha, é composto por parênquima fotossintético. Existem dois tipos de mesófilo:

    • assimétrico - neste caso, característico das dicotiledóneas, junto à epiderme superior existe parênquima em paliçada, com células muito juntas e alongadas, e junto à epiderme inferior parênquima lacunoso;

    • simétrico - as camadas de parênquima em paliçada e lacunoso repetem-se junto à epiderme inferior tornando a estrutura simétrica. Pode igualmente existir apenas parênquima lacunoso entre as epidermes. Este tipo de mesófilo é característico das monocotiledóneas;

  • tecidos vasculares - formados pelo xilema e floema, têm função de sustentação e transporte de nutrientes orgânicos e minerais, localizando-se no interior do mesófilo. O xilema está sempre virado para a página superior da folha. Geralmente existe a chamada bainha vascular, formada por colênquima ou esclerênquima, que dá sustentação e impede a quebra dos feixes. Os feixes de maior calibre notam-se à superfície da folha, formando as nervuras. Em folhas de dicotiledóneas as nervuras ramificam-se sucessivamente, formando uma rede. Em monocotiledóneas as nervuras são paralelas, apresentando todas o mesmo diâmetro em corte transversal.

Folha de monocotiledónea Folha de dicotiledónea

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