Órix árabe

Oryx leucoryx

O órix árabe costumava ser encontrado nas planícies áridas e desertos arenosos de toda a península árabe, desde Israel, Jordânia, Iraque, Síria e península do Sinai no Egipto. 

Actualmente, esforços conservacionistas estão a tentar a sua reintrodução, após se ter extinto na natureza, devido às suas peles, chifres e carne. 

O último órix árabe foi morto na natureza por caçadores furtivos em 1972, mas, por sorte, o esforço de criar manadas em cativeiro tinha sido iniciado nos anos 50, resultando na exportação de animais para o zoo de Phoenix, nos Estados Unidos, onde o clima era muito semelhante ao do seu habitat natural.

Actualmente, existe um efectivo cativo de cerca de 600 animais, donde estão a ser retirados alguns para reintrodução em Oman e na Arábia Saudita.

Como algo saído de um conto de fadas, o órix árabe é um belo e etéreo animal. O seu nome científico deriva do grego leukos = branco + orux = gazela ou antílope. 

Trata-se de facto de um antílope com cerca de 110 cm de altura e 60 Kg de peso, do branco mais puro, com patas castanho escuro ou negro e bandas brancas nos tornozelos. 

O focinho apresenta igualmente marcas negras muito características, que seguem a linha do maxilar de ambos os lados e formam um triângulo na testa. A cauda tem pêlo apenas na extremidade, também de cor castanha escura ou negra. Os cascos largos permitem-lhes caminhar facilmente na areia, sem que se afundem.

Tanto os machos como as fêmeas apresentam cornos anelados, longos e direitos, que crescem entre 70 a 140 cm. Vistos de lado, os cornos parecem fundidos, o que explica a origem do mito do unicórnio nestas regiões.

Dado que vivem em ambientes extremamente secos e quentes, desenvolveram importantes adaptações a essas condições extremas. A sua pelagem branca reflecte a luz e o calor do Sol e, se necessário, são capazes de passar meses, ou mesmo anos, sem beber água. Lambem o orvalho que se forma de manhã nas folhas das plantas do deserto e retiram das próprias plantas a restante água de que necessitam. 

Devido à temperatura elevada, em geral repousam durante o dia e alimentam-se e deslocam-se ao anoitecer e mesmo de noite. No entanto, são capazes de suportar temperaturas corporais de 45ºC, o que é espantoso para mamíferos. Esta extraordinária capacidade deve-se a um sistema de capilares que rodeiam a extensa cavidade nasal, arrefecendo o sangue que, de seguida, irriga o cérebro. Deste modo, o cérebro pode estar a menos 4 ou 5ºC que o resto do corpo.

O corpo sobreaquecido ajuda igualmente a suportar as temperaturas baixas da noite do deserto, pois a temperatura vai descendo ao longo da noite.

Alimentam-se de grande variedade de plantas do deserto (acácias, tamarindos, etc.), raízes e tubérculos. 

Vivem em manadas compostas por 8 a 20 indivíduos, que se deslocam permanentemente no território, o que os torna muito difíceis de seguir e estudar. Um macho adulto tem um harém de fêmeas e suas crias, que protege de outros machos.

Os machos utilizam os chifres pontiagudos para se defenderem ou ameaçarem os predadores ou competidores. Se a disponibilidade de alimento e água o permitir, os machos estabelecem territórios, que defendem de invasores. Os machos solteiros são geralmente solitários.

O período de gestação dura cerca de 9 meses, a pós o que geralmente nasce uma única cria. Os jovens são muito diferentes dos adultos, com uma coloração castanho areia, muito eficiente como camuflagem no deserto arenoso, e marcas escuras apenas na cauda e joelhos.

O desmame ocorre aos 3 meses e a maturidade sexual é atingida aos 2 anos de idade. Podem viver até 20 anos, pois, para além do Homem, o seu único inimigo é o lobo. 

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