Reino Plantae

A vida teve origem no mar, segundo se pensa actualmente. Apenas após os organismos autotróficos se terem diversificado em ambientes marinhos ocorreu a invasão do meio terrestre. Este novo meio proporcionou oportunidades mas também dificuldades.

Em terra existia abundante espaço desocupado, luz intensa durante o dia, grande disponibilidade de oxigénio e dióxido de carbono pois estes gases circulam mais livremente do que na água.

No entanto, a dificuldade principal era praticamente fatal, a falta de água, que em vez de estar disponível se encontra por vezes a muitos metros da superfície.

A colonização do meio terrestre deve ter ocorrido há cerca de 450 M.a., a partir de ancestrais aquáticos, provavelmente algas clorófitas multicelulares relativamente complexas e como parte de um relação endomicorrízica.

As plantas são multicelulares, autotróficas com clorofila a, associada a b, usam como substância de reserva o amido e a sua parede celular é sempre formada por celulose. 

Estas características aponta para uma relação filogenética com as algas clorófitas, que viveriam em margens de lagos e oceanos, sujeitas a condições alternadamente favoráveis e desfavoráveis. A maioria das características em que as plantas diferem das algas clorófitas deriva de adaptações à vida em meio seco.

Esta evolução ter-se-á iniciado com o surgimento de dois grandes grupos, um ancestral das actuais briófitas e outro ancestral das plantas vasculares. O primeiro não apresentaria tecidos condutores, ao contrário do segundo.

Posteriormente terão surgido as plantas vasculares com sementes e depois as plantas vasculares com semente e flor. 

Para a adaptação completa ao meio terrestre foi necessário desenvolver estruturas adequadas para enfrentar alguns desafios importantes:

  • Água – este líquido já não banha toda a superfície da planta, logo como obtê-lo, não só para retirar os nutrientes solúveis mas também para encher as células novas;  

  • Transporte – a especialização que se torna obrigatória (a água apenas existe no solo logo apenas as raízes farão a sua absorção, por exemplo) implica a necessidade de deslocamento de substâncias por toda a planta;

  • Evaporação – a perda excessiva de água deve ser evitada, mantendo, no entanto, uma superfície suficientemente extensa para realizar trocas gasosas;

  • Excesso de radiação ultravioleta - o meio terrestre é permanentemente bombardeado por raios U.V., que a água absorve parcialmente, logo os organismos estão sujeitos a taxas mutagénicas elevadas se não existirem pigmentos de protecção;

  • Suporte – num meio sem suporte passivo, por flutuação, como é o meio aéreo, há dificuldade em manter uma estrutura volumosa erecta;

  • Reprodução – gâmetas, zigoto e embrião correm sério risco de dessecação;

  • Variações ambientais drásticas – o meio terrestre é muito mais extremo que o meio aquático.

Estruturas que permitissem ultrapassar estas dificuldades não surgiram simultaneamente em todos os grupos vegetais, tendo sido adquiridas gradualmente.

Primeiro devem ter surgido os esporos com parede resistente, que protege da seca, permitindo a dispersão eficiente pelo meio terrestre.

A cutícula, com a sua barreira cerosa de cutina permitiu a barreira contra a perda de água. Directamente a ela associada estão os estomas, que deverão ter evoluído simultaneamente, permitindo a fotossíntese através da troca de gases. Igualmente fundamental foi o surgimento de tecidos de transporte, xilema e floema, que resolvem importantes problemas para qualquer organismo terrestre.

O óbvio passo seguinte terá sido a diferenciação de órgãos, permitindo uma muito maior eficiência na captação de água, sustentação e captação de luz para a fotossíntese. O passo final em adaptação terá sido a redução da geração gametófita e o surgimento da semente, com as suas qualidades de protecção do embrião.                                                                                                                                          TOPO

Critérios de classificação de plantas Os critérios usados exclusivamente no estudo das plantas são os seguintes:
  • vasos condutores – a presença de vasos condutores de água, sais minerais e moléculas orgânicas com origem na fotossíntese é um importante critério de classificação vegetal pois está relacionado com o grau de adaptação ao meio terrestre;

  • semente – a presença de semente, um órgão reprodutor particularmente bem adaptado à dispersão em meio terrestre, também revela um elevado grau de evolução;

  • flor – intimamente relacionado com os aspectos anteriores, também é característica de plantas terrestres bem adaptadas.                  TOPO

Temas relacionados:

Ciclos de vida em plantas   Filo Bryophyta   Filo Tracheophyta

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