Filo Platyhelminthes

Planária

Os vermes achatados (gr. platys = plano + helminthes = verme intestinal) são um grupo de animais bastante simples, parasitas (mais de 3000 espécies parasitam vertebrados e invertebrados) ou de vida livre, dos quais a ténia ou a planária podem ser, respectivamente, exemplos reconhecíveis. No entanto, existem muitos outros, especialmente abundantes em costas rochosas e recifes.

Estes animais são os mais simples dos que apresentam simetria bilateral e três folhetos germinativos. 

Outros importantes avanços em relação aos organismos do ramo Radiata são o surgimento de órgãos excretores, cérebro e órgãos reprodutores distintos.

 Os platelmintes são achatados dorso-ventralmente e não apresentam verdadeira segmentação.

A sua epiderme pode ser ciliada ou revestida por uma cutícula, apresentando ventosas e/ou ganchos, em adaptação à vida parasitária.

Estes animais não apresentam celoma, estando o espaço entre os órgãos preenchido com uma massa gelatinosa – mesogleia (C). As camadas musculares são, apesar disso, bem desenvolvidas.

Corte ao nível da faringe numa planária

O aparelho digestivo é, de modo geral, incompleto, com boca mas sem ânus, excepto nos parasitas, onde pode não existir boca ou mesmo todo o sistema digestivo pode estar ausente (ténia, por exemplo, que absorve o alimento já digerido pelo hospedeiro directamente pelo tegumento).  

Nos animais de vida livre, como as planárias, existe uma faringe (A) eversível e musculosa. Por vezes, o sistema digestivo é extremamente ramificado a nível do intestino (B), formando geralmente um ramo anterior e dois posteriores, e funcionando igualmente como órgão distribuidor dos produtos da digestão. A digestão, iniciada na cavidade digestiva, é terminada intracelularmente. Os resíduos da digestão são eliminados pela boca, que funciona simultaneamente como ânus.

Não existem sistemas circulatório ou respiratório, sendo as trocas realizadas directamente com o meio, por difusão.

O sistema nervoso é composto por um par de gânglios localizados na parte anterior, bem diferenciada, que se ligam a pares de nervos longitudinais. Associados a este sistema nervoso simples podem encontrar-se, nos animais de vida livre, órgãos dos sentidos rudimentares, nomeadamente ocelos, que apenas permitem a percepção da luz/sombra e de movimento. Em platelmintes de vida livre terrestres, a cabeça apresenta uma série de pregas com numerosos ocelos (como no género Bipalium), o que lhes confere um aspecto de leque.

A excreção é realizada por protonefrídeos com células-flama.

A reprodução pode ser assexuada (apenas em algumas espécies com grande capacidade de regeneração) por fragmentação ou sexuada, sendo, nesse caso, a fecundação interna. 

O desenvolvimento pode ser directo ou indirecto, com um ou mais estádios larvares.

Os platelmintes são geralmente hermafroditas, apresentando gónadas e canais condutores bem desenvolvidos e produzindo ovos microscópicos envolvidos numa casca. No entanto, o hermafroditismo é insuficiente na maioria dos casos, excepto, por exemplo, a ténia, pois a sua vida de parasitismo impede um encontro fácil entre indivíduos.

Os platelmintes parasitas apresentam várias adaptações fisiológicas a esse tipo de vida:

  • Pressão osmótica mais baixa que o meio;

  • Intervalos de tolerância a pH extremamente largos, de 4 a 11;

  • Possibilidade de respiração anaeróbia, em falta de oxigénio;

  • Órgãos dos sentidos ausentes ou muito reduzidos.                                                                                                                     TOPO

Temas relacionados:

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