Filo Protozoa |
A
este filo pertencem os protozoários, organismos unicelulares heterotróficos,
protistas semelhantes a animais. A designação protozoário (proto
= primeiro + zoa = animal) começou a ser usada quando estes seres eram
incluídos no Reino Animalia. O
facto de serem seres unicelulares não implica simplicidade pois muitos protozoários
apresentam um grau de complexidade elevado, frequentemente ao das células dos
metazoários. Os organitos de muitos protozoários são funcionalmente análogos
aos órgãos e/ou sistemas dos animais. Estes organismos têm dimensões muito variáveis, entre 3 e 700 mm, existindo mais de 50000 espécies descritas, o que excede (em número de indivíduos) o de todos os animais multicelulares. As diferentes espécies têm habitats específicos, mas sempre húmidos, desde água doce, salobra ou salgada, no solo ou em matéria orgânica em decomposição, até ao interior do corpo de outros protistas, plantas ou animais. Trata-se de um filo extremamente antigo, como o prova os restos duros de radiolários e foraminíferos em rochas pré-Cambrianas. Estima-se que 35% da área do fundo oceânico actual esteja coberta com as pequenas carapaças destes protozoários. São
todos heterotróficos, que caçam e consomem
activamente bactérias, outros protistas e matéria orgânica. Digerem os
alimentos intracelularmente, por meio de vacúolos
digestivos. Deslocam-se com a ajuda de flagelos, cílios ou pseudópodes, mas também existem formas imóveis. Os
pseudópodes são estruturas transitórias da membrana celular, expansões que
“puxam” o organismo na direcção pretendida, desaparecendo em seguida.
Os flagelos são estruturas permanentes, compridas e em número reduzido. Apresentam uma estrutura interna característica, com fibrilhas de
tubulina
(9 x 2 dispostas em círculo + 2 ao centro). Os
cílios são muito semelhantes aos flagelos mas são mais curtos e apresentam-se
em maior número na membrana celular, vulgarmente recobrindo-a completamente. O
seu funcionamento é sincronizado por filas. Existem
protozoários patogénicos, como os que causam a
malária ou a doença do sono, mas a maioria é muito útil pois decompõem
organismos mortos, ajudando a reciclar a matéria e formam um dos degraus mais
baixos de muitas cadeias alimentares. Fazem
parte do zooplâncton, inserindo a matéria vegetal
nas cadeias alimentares aquáticas. Os que vivem em água doce apresentam vacúolos
contrácteis, o que lhes confere capacidade de osmorregulação. Outros
vivem no interior do corpo de animais herbívoros, onde, juntamente com bactérias,
ajudam a digerir a celulose. A divisão deste filo em classes baseia-se, principalmente, no modo de locomoção dos organismos. |
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Classe Flagellata |
Todos os organismos desta classe apresentam locomoção por meio de flagelos, compridos e em forma de chicote, daí a anterior designação de zooflagelados. Estes flagelos ajudam igualmente na captura de alimento e na recepção de estímulos ambientais. As células, geralmente de forma definida (oval, alongada ou esférica), apresentam um único tipo de núcleo e são cobertas por uma película rígida. Alguns podem apresentar cloroplastos com pigmentos, o que lhes permite sintetizar parte do seu alimento. A reprodução assexuada realiza-se por bipartição, mas podem reproduzir-se sexuadamente. Alguns são parasitas de animais, onde causam doenças graves. Por vezes, se as condições não são as ideais, formam quistos. São considerados intimamente aparentados com a classe Rhizopoda, pelo que por vezes são agrupados numa mesma superclasse. Pertencem a esta classe organismos como o Tripanossoma, um parasita do sangue de mamíferos, peixes e répteis, por exemplo. |
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Classe Rhizopoda |
São considerados como a classe
mais primitiva dos protozoários, apresentam locomoção variada, por
intermédio de rizópodes (expansões citoplasmáticas muito longas e
finas – foraminíferos), axopódios (expansões citoplasmáticas com
esqueleto de microtúbulos – radiolários) e pseudópodes (expansões
citoplasmáticas espessas e curtas, cuja função também inclui a captura de
alimento – amibas).
O citoplasma geralmente apresenta poucos, e
pouco diferenciados, organitos. Alguns apresentam um esqueleto interno ou
carapaça, de calcário (foraminíferos) ou de sílica (radiolários). Existem géneros parasitas, que vivem no intestino de insectos e de tetrápodes, incluindo o Homem, onde causam várias doenças (desinteria amibiana, por exemplo). |
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Classe Ciliophora |
Como o seu nome indica, incluem-se
nesta classe os organismos cuja locomoção se realiza por intermédio de
cílios, que servem igualmente para a captura de alimento. O movimento realizado
com os cílios provoca uma rotação em espiral da célula, ao mesmo tempo que
se desloca para a frente. Cada espécie, das 6000 conhecidas, apresenta uma
forma constante característica.
A esta classe pertencem os protozoários mais complexos e especializados, considerados os mais evoluídos do reino Protista. Apresentam diferenciação nuclear, com um macronúcleo vegetativo e um micronúcleo reprodutor. A reprodução assexuada realiza-se por bipartição e a sexuada por conjugação. Por razões até agora desconhecidas, organismos deste grupo estão entre as poucas excepções à universalidade do código genético, pois apresentam codões com significados diferentes do esperado. Um exemplo destes organismos é a paramécia. |
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Classe Sporozoa |
Nesta classe encontram-se os protozoários que não apresentam organelos de locomoção pois são todos parasitas. A sua estrutura é muito simples, com células arredondadas ou alongadas. Não apresentam nunca vacúolos contrácteis. O alimento é absorvido directamente do corpo do organismo hospedeiro. O seu ciclo de vida pode apresentar mais do que um hospedeiro. Formam, assexuadamente, "esporos" resistentes. Trata-se, com certeza, dos organismos parasitas mais largamente difundidos, atacando todos os grupos de animais conhecidos. O Plasmodium, causador da malária, pertence a esta classe. |
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Temas relacionados: |
Protista Rhodophyta Phaeophyta Chlorophyta Myxomycota Chrysophyta Pyrrhophyta Euglenophyta Classificação Células Monera Fungi Plantae Animalia |
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