Urso Negro

Ursus americanus

O urso negro americano é, de longe, o tipo mais comum de urso, sendo provavelmente duas vezes mais numerosos que todos os restantes tipos de urso. A sua população actual é estimada em cerca de 800000, embora estejam muito mais restritos agora do que antes foram, quando eram encontrados desde o norte do Canadá até ao México central.

Estes ursos são abundantes devido, por um lado à sua tolerância à presença humana e natureza não agressiva e, por outro, ao facto de obterem alimento a partir de culturas humanas de cereais e frutos, lixo citadino, comida de cães e gatos, etc., produzindo ninhadas maiores que ursos que dependem apenas de alimentação natural.

Claro que, por outro lado, o Homem é a principal causa de mortalidade destes ursos, sendo abatidos por caçadores até 40000 por ano, nos Estados Unidos apenas. No entanto, a sua caça é de tal forma regulamentada que esta é a única espécie de ursídeos que tem aumentado a sua distribuição nos últimos tempos.

Os ursos negros são extremamente adaptáveis, sobrevivendo em regiões tão diversas como matas secas e quentes ou as florestas húmidas e frias do Alaska. Em locais com alimento todo o ano apenas as fêmeas grávidas hibernam, enquanto no norte longínquo a hibernação pode durar até 8 meses. Nas zonas pantanosas podem hibernar em árvores.

Os ursos negros podem ser encontrados nas mesmas zonas que o urso castanho, o que pode levar a problemas de identificação, pois os ursos negros são frequentemente castanhos! Esta coloração tem vindo a tornar-se cada vez mais comum em zonas com pouca vegetação, o que pode ser interpretado como uma coloração adaptativa ou mesmo como uma tentativa de "imitar" a pelagem dos ursos castanhos, seus predadores ocasionais. 

Estas variações de coloração são, no entanto, apenas uma parte das possibilidades desta espécie, que pode apresentar pelagens cor de canela, branco imaculado ou cinzento azulado. Estas diferentes colorações foram consideradas subespécies (U. americanus cinnamonum é canela, U. americanus kermodei é branco, U. americanus emmonsii é cinzento, entre outras).

Os ursos negros podem ser distinguidos dos ursos castanhos por uma análise do perfil do seu focinho: os ursos castanhos têm um perfil em prato invertido, enquanto os negros apresentam um perfil recto. Os negros não apresentam a bossa ao nível das espáduas que os castanhos têm. As suas garras são menores, mais adaptadas a trepar que a cavar.

A dieta de um urso negro varia muito com a estação do ano, desde vegetação herbácea, rebentos, bagas e carniça morta pelas tempestades invernais  na Primavera a bagas e frutos no Verão, o que é espantoso, atendendo a que para obter reservas de gordura antes do Inverno, um urso de tamanho médio tem que se alimentar sem parar durante cerca de 12 horas por dia, comendo uma baga por segundo!! Se não existirem ursos castanhos nas redondezas, podem alimentar-se de peixe, muito mais rentável, do ponto de vista de gorduras, que as bagas.

A disponibilidade de alimento e a localização geográfica influenciam a taxa reprodutora: a maturidade é atingida mais cedo e o tamanho das ninhadas aumentam de oeste para leste e de norte para sul.

Geralmente as fêmeas criam a sua primeira ninhada entre os 4 e os 6 anos de idade. Fêmeas grandes podem criar até 6 crias (o número de tetas) mas geralmente as ninhadas têm 2 ou 3. As crias permanecem com as mães cerca de 17 meses, passando o seu primeiro aniversário com ela numa toca de Inverno. Dado que a fêmea dá à luz no Verão, após a partida da sua cria anterior, o intervalo entre ninhadas é de 2 anos. 

Esse intervalo pode ser reduzido se todas as crias de uma ninhada morrem antes da época reprodutora, seja de acidentes, fome ou mesmo canibalismo, principalmente devido a machos grandes. 

Tal como fazem os ursos castanhos, as fêmeas geralmente abandonam uma cria única pois passar 2 anos a criar apenas um descendente é menos rentável do que se a abandonar e criar 2 ou 3 no ano seguinte.

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