Ciclos de
vida em plantas
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O
ciclo de vida de um organismo inicia-se com a formação
do zigoto e termina com a formação dos gâmetas
necessários à reprodução.
Tendo
em conta que a reprodução sexuada apresenta dois fenómenos complementares, a
meiose e a fecundação, durante o ciclo de vida
de um organismo existe uma alternância entre células haplóides e diplóides.
Assim, tem-se:
-
alternância
de fases nucleares– a fase haplóide tem n cromossomas,
ocorrendo após a meiose, e a fase diplóide tem 2n cromossomas,
ocorrendo após a fecundação;
-
alternância
de gerações– geração é a parte do ciclo de vida de um
organismo que se inicia com uma célula, dando esta origem a uma estrutura,
ou entidade, multicelular, a qual irá produzir uma outra célula, através
de parte da estrutura multicelular. Segundo esta definição, um ciclo de vida
sexuado poderá, no máximo, apresentar duas gerações:
-
geração
gametófita– fase haplóide do ciclo de vida, inicia-se
com o esporo e termina nos gâmetas.
A estrutura multicelular da geração gametófita designa-se gametófito, onde se irão diferenciar gametângios, estruturas que contêm células
que produzirão gâmetas. Os gametângios femininos designam-se oogónios
(unicelulares) ou arquegónios
(pluricelulares), enquanto os masculinos se designam anterídeos;
-
geração
esporófita - fase diplóide do ciclo, inicia-se com o zigoto
e termina com a célula-mãe dos esporos. A
estrutura multicelular desta fase designa-se esporófito.
No esporófito diferenciam-se estruturas designadas por esporângios,
contendo células que se dividem por meiose e originam esporos.
A
meiose pode ocorrer em diferentes momentos do ciclo de vida de um organismo:
-
meiose
pós-zigótica - quando este fenómeno ocorre no zigoto,
sendo este a única entidade diplóide do ciclo;
-
meiose
pré-espórica - a meiose ocorre na formação dos esporos. O zigoto, por mitoses sucessivas,
origina uma entidade diplóide, onde se diferenciam células especiais que,
por meiose, originam esporos;
-
meiose
pré-gamética - ocorre durante a formação dos gâmetas,
sendo estes as únicas células haplóides do ciclo.
A
extensão relativa de cada uma das gerações e fases nucleares está dependente
da posição, no ciclo de vida, da meiose e fecundação. Por este motivo,
consideram-se três tipos de ciclos de vida:
-
ciclo
haplonte - neste tipo de ciclo de vida a fase haplóide
predomina, sendo a fase diplóide constituída apenas pelo zigoto. Deste modo,
considera-se que não
existe verdadeira alternância de gerações. A meiose ocorre
imediatamente a seguir à fecundação (meiose
pós-zigótica). Este tipo de ciclo de vida é característico das
algas (caminhos A e C);
-
ciclo
diplonte - neste tipo de ciclo a fase diplóide predomina,
sendo a fase haplóide formada apenas pelos gâmetas. Também neste caso, não
existe verdadeira alternância de gerações. A meiose ocorre
imediatamente antes da fecundação (meiose
pré-gamética). Este tipo de ciclo é característico de animais e
de algumas algas (caminhos B e D);
-
ciclo
haplodiplonte - neste tipo de ciclo existe nítida alternância de fases nucleares e
de gerações pois a meiose e a fecundação estão separadas no tempo. A meiose designa-se pré-espórica.
Este tipo de ciclo de vida, o mais complexo, é característico das plantas
superiores.
A alternância de gerações tira o máximo partido dos dois tipos
de reprodução: a geração gametófita aumenta a
variabilidade genética e a esporófita facilita a
dispersão, pela produção de esporos. Nas plantas, as gerações
são heteromórficas, ou seja, ao contrário de algumas algas haplodiplontes, o
gametófito e o esporófito têm aparências totalmente diferentes (caminhos A e
D).
Existem,
igualmente, vários tipos de reprodução sexuada:
-
isogâmica
- gâmetas morfologicamente iguais, geralmente flagelados, que são
libertados para o meio, onde ocorre a fecundação;
-
anisogâmica
- gâmetas morfologicamente diferentes, sendo o feminino maior, em que
ambos são libertados para o meio, existindo fecundação externa;
-
oogâmica
- caso particular da anisogamia, ocorre quando o gâmeta feminino é tão
grande que se torna imóvel, enquanto o masculino é pequeno e móvel. Neste
caso a fecundação é interna, no interior do gametângio feminino.
Uma
planta designa-se monóica quando apresenta os dois
sexos no mesmo corpo e dióica quando apresenta
sexos separados.
O monoicismo pode ser
suficiente
quando um indivíduo produz um zigoto por autofecundação, ou insuficiente,
quando é necessária a fecundação cruzada, seja por causas morfológicas ou
fisiológicas (amadurecimento desencontrado dos gâmetas, por exemplo).
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