Desenvolvimento em vertebrados terrestres (Répteis, Aves e Mamíferos) |
Nos
vertebrados completamente terrestres a embriogénese ocorre fora de água, o que
levanta sérios desafios a estes animais, que necessitam de condições
especiais:
Os ovos das aves, bem como dos répteis e mamíferos ovíparos, são telolecíticos e iniciam a segmentação ainda no oviducto, antes de serem expulsos pela fêmea para o ninho. Os principais componentes do ovo de uma ave, em tudo semelhante ao de um réptil, são:
Neste tipo de ovo, segmentação apenas atinge o protolecito, permanecendo o deutolecito indiviso e
separado do blastocisto por uma pequena cavidade
extra-embrionária – segmentação meroblástica
discoidal. Pouco
antes da postura, a blastoderme separa-se em duas camadas, com o blastocélio
entre elas. A gastrulação inicia-se com a formação de um sulco ao longo do eixo antero-posterior do embrião – linha primitiva -, que é equivalente ao blastóporo nos anfíbios, pois é através desse sulco que células superficiais vão migram para o interior e formar a mesoderme e a endoderme. No
fim desta etapa o embrião está estendido sobre o deutolecito e é composto por
três camadas (ectoderme, mesoderme
e endoderme). No
entanto, de seguida as orlas do embrião curvam-se para baixo, originando a
forma tubular característica do cordado. A neurulação desenrola-se de modo semelhante ao do anfíbio, embora os estádios seguintes sejam bastante diferentes.
Associados
ao desenvolvimento do embrião propriamente dito, vão surgindo os anexos
embrionários (saco vitelino, âmnio, córion e alantóide), os quais são
estruturas temporárias resultantes da extensão dos folhetos germinativos:
No
Homem, tal como em todos os mamíferos
vivíparos, os ovos são microlecíticos mas o
desenvolvimento embrionário apresenta padrões semelhantes aos dos répteis
e aves. Surge,
no entanto, uma nova estrutura – placenta – que
assegura o desenvolvimento dentro do útero materno. Dado
que o ovo tem poucas reservas, a segmentação é holoblástica
igual e o embrião chega ao útero na fase de mórula.
O
blastocisto, nome da blástula dos mamíferos
e das aves, é
formado por uma camada de células – trofoblasto
– que rodeia o blastocélio, para onde faz saliência uma massa de células
designada botão embrionário. Nesta
fase ocorre a implantação no endométrio do útero, com a ajuda das células
do trofoblasto, que segregam enzimas digestivas. Cerca
de duas semanas após a fecundação, inicia-se a formação do córion, a
partir do trofoblasto. O córion forma vilosidades que mergulham no endométrio
preenchido com sangue materno, terminando a nidação. No
botão embrionário ocorre a gastrulação, com as células a diferenciarem-se
em duas camadas (ectoderme e endoderme) e a terceira (mesoderme) a surgir por migração,
pelo que a gastrulação e neurulação são muito semelhantes às de uma ave. Certas
células do botão embrionário vão formar as membranas extra-embrionárias (âmnio,
saco vitelino
praticamente sem deutolecito e alantóide
rudimentar no caso humano). Durante os primeiros dois meses forma-se a placenta, em forma de disco e com origem mista (vilosidades do córion e endométrio materno, em cujas lacunas as vilosidades mergulham). Na zona ventral do embrião forma-se, a partir do âmnio e da mesoderme, o cordão umbilical, que liga o embrião á placenta. No cordão existem duas artérias e uma veia que transportam gases, nutrientes, hormonas, etc. e retiram excreções. A placenta garante, portanto, o desenvolvimento embrionário num animal em que o deutolecito é quase inexistente, retirando os nutrientes da circulação materna. |
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